O LIXO NOSSO DE TODO DIA

O LIXO NOSSO DE TODO DIA

Nos últimos dias algumas notícias sobre este tema estiveram na mídia. O início do Aterro Sanitário de Seropédica ou o fim do Aterro de Gramacho até o inicio do ano que vem. Aliás, o Aterro de Gramacho virou tema de filme até.

Mas a produção de lixo não pára. Na cidade do Rio de Janeiro se produz 1,5 kg de lixo por habitante, por dia. Ou seja, cada brasileiro que viva 70 anos produz 25 TONELADAS de lixo. A problemática do lixo passa por muitas vertentes. Qual destinação? Onde destinar? São algumas perguntas a serem respondidas. O chamado lixão de Gramacho está saturado e não pode receber mais os dejetos das cidades de Caxias e do Rio de Janeiro. Seropédica lutou contra a instalação de aterro sanitário em suas terras para receber o lixo de outros municípios.

O município do Rio de Janeiro “criou” um novo bairro para abrigar um aterro sanitário, surgindo Gericinó, em 2004. E não adianta, se falarem que vão trazer um aterro sanitário para a sua vizinha, você logo torcerá a cara! A verdade é que todos nós produzimos cada vez mais lixo e queremos cada vez menos que ele seja acumulado perto de nós. È mais fácil mandar o lixo para além de nossas fronteiras ou para a ‘Zona rural’.

Uma pergunta que muitos de nós não sabemos a resposta é como produzir MENOS lixo? Sim, qual a preocupação que temos com esse assunto ou achamos que lixo não é nosso problema? Não podemos fechar nossos olhos para um problema que deve ter além de nossa atenção, a nossa atuação. Saibam que menos de 5% do lixo urbano é reciclado no nosso país. Para citar alguns países, o Japão recicla 50 % do seu lixo e os Estados Unidos 11%.

A reciclagem atenuaria o problema com a redução do volume do lixo que despejaríamos nos aterros sanitários e lixões. Com um menor volume de lixo, reduziríamos também a possibilidade de contaminação dos lençóis d’água subterrâneos. Teríamos também reduzidos os riscos com mau cheiro, proliferação de animais nocivos e transmissores de doenças.

Nossa cidade há algum tempo promete uma coleta seletiva de lixo, mas até agora não vimos isso funcionar. Não é só o poder público responsável por isso. Cada um de nós pode e deve mudar de hábito e fazer o dever de casa para reduzir o volume de lixo. A seletividade do lixo pode ser feita por cada um de nós separando o lixo reciclável como papel, vidro, metais e plásticos.

Claro que temos que cobrar de nossas autoridades um programa sério de recolhimento desses materiais. Outro programa que eduque o cidadão a fazer a separação desse lixo, explicando para onde vai e como é o processo de reaproveitamento dessas materiais. A possibilidade de dar emprego a pessoas que não conseguem engajar no mercado de trabalho por falta de especialização e que poderia estar desenvolvendo atividade simples e importante na coleta seletiva.

Quantos condomínios já poderiam estar fazendo um grande programa de separação de lixo e de óleo de cozinha. São espaços públicos e tem que ajudar nisso também. O que ganharemos com isso? Um planeta melhor, uma cidade melhor.

Coluna Ética e Cidadania por Marcelo Queiroz

Marcelo Queiroz - Morador do Parque Real - lado sul

Marcelo Queiroz – Morador do Parque Real – lado sul

O POVO E A MÍDIA

O POVO E A MÍDIA

O ano de 2011 começou com novidades no oriente médio. Mas precisamente no Egito onde uma combinação na dose certa. Um povo oprimido a décadas e uma mídia renovada utilizando a plataforma das redes sociais pois fim a ditadura de 30 anos de Mubarak. Não vamos esquecer que foi preciso ao POVO sair de sua inércia e ir para ruas, mas para isso existiu um movimento da MÍDIA bem articulado para convencer a esse POVO a tomar as praças e até a perder vida para mudar um regime que há 30 anos lhe oprimia.

Também aqui no Brasil, no Rio de Janeiro, na Cidade Maravilhosa e precisamente em Realengo temos novidades. Um jornal que irá ajudar as famílias residentes no bairro a perceber que muita coisa pode ser diferente. Mas não mudará apenas porque temos um jornal, pois também lá no Egito o regime não cairia só pela Mídia pelas redes sociais. O povo teve que ir às praças. Aqui também podemos ir às praças e veremos que muitas estão mal cuidadas. Veremos placas de obras que não perguntaram a nós moradores se eram tão necessárias. Veremos ainda faixas de vários políticos agradecendo a eles mesmo por obras que o dinheiro de impostos que pagamos e que a prefeitura faz em retribuição a quanto que pagamos e olha que o impostômetro anda subindo cada vez mais. Ano que vem teremos eleição para prefeito e vereador e você sabe em quem votou pela ultima vez para vereador, prefeito? Sabe quem foi o vereador que criou a taxa de iluminação que onerou a nossa conta de luz. Votaria nele para lhe representar na próxima eleição?

O Realengo em Pauta será parceiro do povo que quiser mudar o lugar que moramos. Mas para isso os moradores do bairro devem sair da inércia e começar a lutar para melhorias no saneamento do bairro, nos transportes, nas ruas, nos acesso para pessoas com necessidades especiais. Nós vamos mostrar as diferenças entre a cidade da zona sul e da zona oeste. Suburbanos com orgulho sim, mas com muitas carências que cabe ao poder público melhorar e nunca… Nunca… Nunca ser feudo de ninguém. Queremos Ética e Cidadania para Realengo.  Queremos participar dos projetos que são destinados ao nosso bairro. Queremos sim melhorias para Realengo de Norte a Sul. Para Jardim Batan, Jardim Novo, Parque Centenário, Capitão Teixeira, Barata, Av. Santa Cruz, Estrada da Água Branca e Fumacê.

Marcelo Queiroz – Morador do Parque Real – Lado Sul

 

O PERIGO NUCLEAR

O PERIGO NUCLEAR

A coluna Ética e Cidadania programou para as primeiras edições do Realengo em Pauta tópicos relacionados com a municipalidade. Pretendemos tratar aqui questões como lixo, água, transporte e meio ambiente. Nesta edição poderíamos até retratar a tragédia da E.M. Tasso da Silveira. Mas vamos falar sobre um assunto mundial que pode um dia ter acontecimento aqui e gerar uma tragédia sem precedentes.

Acompanhamos pelos meios de comunicação a tragédia no Japão. Um País preparado e acostumado a terremotos devido à sua posição geográfica. A sabedoria milenar desse povo se organizou para enfrentar os desastres ambientais e tinha se saído muito bem até então. Os acontecimentos de 11 de março, quando o Japão foi sacudido por um terremoto e um tsunâmi, demonstraram que as nuances dos chamados acidentes naturais estão alcançando níveis elevados e provocou um risco maior. O acidente nuclear de Fukushima, um complexo de usinas nucleares que ruiu após o tsunâmi e os abalos sísmicos, com a explosão de reatores e vazamentos de água radioativa e que chegam agora (em 10 de abril) a classificação 7 (sete), a mesma de Chernobyl (Ucrânia -1986). Nossos olhos se voltam para Angra dos Reis, cidade litorânea de nosso estado e que abriga o complexo nuclear Almirante Álvaro Alberto, composto de 3 usinas: Angra I com 657 MW funcionando desde 1985, Angra II com 1309 MW funcionando desde 2001 e Angra 3 ainda em construção.

O complexo fica situado na enseada de Itaorna que na linguagem indígena quer dizer “pedra podre” talvez devido às constantes deslizamentos de terra da região.  Estamos longe dos terremotos e tsunamis do Japão, porém quais seriam as conseqüências de uma enxurrada de chuvas como aconteceu na região serrana em fevereiro deste ano, se acontecesse em Itaorna? As nossas autoridades, tendo a Eletronuclear à frente afirmaram que o modelo brasileiro é seguro e que as chances de ocorrer um acidente deste porte é quase nula. Parece que agora somos nós mais preparados que os milenares japoneses. Diziam isso também sobre Chernobyl e Fukushima veio para desmentir isso.

Estamos preparados para um acidente deste porte? Parece que não, pois uma das medidas que ajudaria na evacuação dos moradores do entorno da usina ainda não saiu do papel, trata-se da duplicação da estrada Rio-Santos. Temos que cobrar sim maior atitude e menos discurso sobre os verdadeiros perigos desta forma de gerar energia.

 Marcelo de Queiroz