Quando as coisas chegam ao fim

Apocalipse 22, 1-7; Lucas 21, 34-36 

Estamos celebrando o último dia do ano litúrgico.  Na tarde deste sábado já colocaremos os nossos pés na estrada santa do advento. As leituras e as orações deste dia apontam para o fim.  As coisas vão chegando a seu termo.

Muitos dos textos dos evangelhos que falam do fim das coisas, do fim dos tempos, do fim de Jerusalém  usam uma linguagem apocalíptica e forte nem sempre compreensível  numa primeira abordagem. Os céus se escurecerão, o sol e a lua, os astros e as estrelas despencarão do firmamento.  Há  qualquer coisa de terrificante que produz medo.  Por isso faz bem meditar o texto da antífona de entrada: “O Senhor fala de paz a seu povo e a seus amigos e  a todos os que voltam para ele” (Sl  84,9).

A leitura do Apocalipse nos coloca diante de um dos mais belos textos do Novo Testamento.  O vidente fala de rio de água viva  que brotava do trono de Deus e do Cordeiro…Tudo é vida, tudo é vitalidade.  A água que vem de Deus e do peito do Cordeiro  levam vida a todos.  Fala-se da árvore  dá vida, uma  nova árvore, diferente da árvore do paraíso da qual os primeiros pais comeram no fruto que os levou à  morte.  As folhas agora servem para curar as nações.  Folhas de vida!

Tema da vida e tema da luz.  “Não haverá mais noite;  não se precisará mais da luz da lâmpada  nem da luz do sol, porque o Senhor Deus vai brilhar sobre eles e eles reinarão por toda a eternidade”.  O  Senhor anuncia sua vinda para breve.

Ah!  Essas vindas todas do Senhor.  A vinda do Senhor na carne do Menino das Palhas e a vinda nas inspirações,  a vinda nos sacramentos e a vinda no final de nossa história pessoal, a vinda no final de todos os tempos.  Estamos começando a sentir  no canto da boca  um gosto de advento e sentir no olfato um perfume da vinda do  Senhor. Uma das mais importantes posturas do cristão é a da vigilância.  Somos salvos pela graça, por iniciativa de Deus.  Mas cabe a cada um adotar um postura de vigilância.

Fim de um ano litúrgico!  Acabamos de percorrer uma longa estrada que começou com a promessa da vinda do Messias, com o nascimento do menino na simplicidade do presépio.  Estivemos no deserto com o Senhor antes de sua vida pública.   Acompanhamos os passos do Senhor na Semana Santa e estivemos junto do sepulcro vazio com Madalena. Estivemos com apóstolos no tempo da ascensão. Percorremos meses de escuta da Escritura e de tempo de renovação de nossos propósitos e de educação  de nosso coração de discípulos. Tudo termina.  A partir da tarde deste sábado tudo  recomeça.

 Frei Almir Ribeiro Guimarães

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