Cultura

Grupo Lata Doida se apresenta na COHAB

2015-03-01 17.54.30 Vinicio da Matta

Evento faz parte do circuito local experimental promovido pela ONG

A primeira edição do Circuito Local Experimental Funk + Lata Doida aconteceu no dia 1o de Março na Praça da COHAB, em Realengo.

O Circuito faz parte de um dos projetos do Grupo Cultural Lata Doida, que realiza trabalhos sócio-culturais e ambientais no bairro. O show é todo feito com instrumentos produzidos pelos próprios alunos na cede da ONG através de material reciclável. No repertório, funks já consagrados e músicas do álbum ‘’Experimental Funk Lata doida’’, gravado pelos alunos do projeto.

Um dos fundadores do Lata Doida, Vandré Nascimento, nos contou sobre a ONG, seu projeto paralelo, e as próximas edições do Circuito que acontecem nos dias 08 de Março no Largo do Ideal e 15 de Março no Espaço Cultural Viaduto de Realengo, a partir das 17 h.

Confira a entrevista:

Como surgiu a ONG Lata Doida?

O Lata Doida surgiu da união da arte com a sustentabilidade. Eu comecei a fazer uma oficina de música, mas não tinha recursos para comprar material e instrumentos. Então eu decidi usar material reciclável e produzir esses instrumentos, com a ajuda da minha mãe (Vania Nascimento)

que trabalhava com artesanatos e estudava gestão ambiental.

Há quanto tempo o Lata Doida existe?

Eu faço a oficina desde os meus 16 anos, hoje eu tenho 27. Mas a gente começou a se entender com um projeto, um grupo organizado cerca de Oito anos.

Quantas crianças são atendidas no projeto?

Hoje trabalhamos com 20 crianças e adolescentes, sem contar os outros projetos.

Que outros projetos são esses?

Temos o projeto ‘’Catando Ideias’’ que é um conjunto de ações que busca a sustentabilidade local através da coleta seletiva apoiando aos catadores.

Temos projetos com mulheres, fóruns, seminários e eventos que a gente faz periodicamente para desenvolver a sustentabilidade.

Vocês trabalham com doações de materiais recicláveis também. É difícil conseguir essas doações?

Sim. Temos ponto de coleta na Clinica da Família e nosso espaço. A gente conseguiu apoio de alguns editais, mas mesmo assim é muito difícil. Estamos há muito tempo caminhando sem recursos e agora começaram a chegar algumas coisas que ainda não suportam o projeto como um todo.

Como surgiu a ideia desse evento Circuito Experimental?

A ideia surgiu do fato de termos feito shows aqui em Realengo e outros lugares como nas Lonas Culturais, Cidade Das Artes e o Centro de Referencia da Musica Carioca, e com o apoio do edital da Secretaria Estadual de Cultura, escolhemos as praças, que são os lugares onde realmente os funkeiros estão, para poder trazer essa proposta alternativa e experimental de funk.

Os shows também contam com participações especiais. Quem são os convidados?

Hoje temos a participação do Originals Black Sound System, teremos no próximo a presença do Mc Kiko e no último dia, o Mc Leonardo, compositor do rap das armas e um dos grandes nomes do funk carioca.

Vocês lançaram um CD de funk. Como foi a experiência?

O show que estamos fazendo hoje faz parte desse projeto. O CD foi um divisor de águas, a partir daí muitas coisas começaram a acontecer, começamos a entender o nosso potencial e a capacidade de influenciar positivamente as pessoas através do funk.

E você também tem seu projeto paralelo que é a banda Brechó Brasil que está lançando um CD.

Qual a expectativa?

O CD está gravado há mais ou menos um ano, mas por questões pessoais e o envolvimento com o Lata Doida, não pudemos lançá­lo antes. Mas agora, no dia 25 de Abril no Espaço Cultural Arlindo Cruz, faremos o show de lançamento.

Existe alguma diferença entre os dois projetos?

A banda Brechó Brasil é diferente porque utiliza instrumentos convencionais, tem uma proposta autoral, mas não baseada no funk e sim nas referencias do mundo vasto e enorme que é MPB e isso fica bem claro em algumas faixas do disco.

E dá pra conciliar as duas coisas?

Com certeza. A Brechó Brasil se relaciona com o Lata Doida. Ambos têm essa proposta experimental, e são praticamente os mesmo integrantes com o acréscimo de mais algumas pessoas.

Quais os planos para o Lata Doida e para Brechó Brasil daqui pra frente?

O Plano é ser auto­sustentável, ter recursos, tempo para poder acontecer os projetos, nos estruturar, crescer e desenvolver melhor as ideias.

Vinicio da Matta

Estudante do 7o período de Jornalismo

Editor e colaborar do sambahblog

http://sambahblog.blogspot.com.br/)

Blog voltado para notícias de Samba e Carnaval.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Verifique também
Fechar