4 anos de saudades

Adriana Silveira, presidente da Associação dos Anjos de Realengo e mãe de Luiza Paula,
nos faz um relato destes quatro anos de saudade e da luta das mães dos Anjos de Realengo.

É uma luta desigual, mas a luta continua e contamos com o apoio da população que

sempre esteve ao nosso lado, e continua mandando uma palavra de conforto uma palavra
de carinho e isso tudo nos ajuda a se manter de pé, pois vivemos de altos e baixos e IMG_20150305_110422279_HDR IMG_20150305_110230760_HDRquando uma mãe está mais fraquinha vem outra e ajuda e vice e versa.

Hoje lutamos não mais pelos nossos filhos, mas pelos filhos
de nossos amigos e vizinhos por todas as crianças de nosso
país. Queremos o direito de botar nossos filhos dentro da
escola e ter a certeza de que vamos voltar e pegá-los com
vida, pois a situação da segurança das escolas está precária, os vigias e porteiros já foram
retirados, ficaram  durante três anos e agora todo já foram mandados embora,uma solução IMG_20150305_092851057_HDR IMG_20150305_092847251_HDR (1) IMG_9816temporária.

IMG_20150305_122315414_HDR

 

 Homenagem aos Anjos.

E nós estamos pra receber uma homenagem em forma de estátua em tamanho real aqui em Realengo, e já que Realengo está pra fazer 200 anos, que possamos receber
este presente, em uma praça digna, uma praça legal, onde nossas crianças possam ir, brincar com segurança. Mas estamos sem local definido, optamos pela praça
Piraquara que é uma praça de fácil acesso a tudo, é bem visível enfim, mas estamos enfrentando o dilema que a nossa prefeitura se recusa a cobrir parte do Rio
Piraquara (atualmente o rio a divide). Assim ficaria uma praça única e mais segura, como já foi feito em outro rio no mesmo bairro, portanto é viável; juntamente com uma reforma, pois como hoje está nem podemos chamar de praça e sim logradouro público, tanto as
crianças quanto os 200 anos do bairro merecem uma nova praça.

PORTEIRAS DEMITIDAS PARTICIPAM DE MISSA DOS ANJOS

Conversamos com as porteiras Fátima Trota, Rosângela e Vilma Virgílio, que trabalharam na rede municipal de ensin, e que participaram da missa em memória dos anjos. Elas nos contaram que foram contratadas para trabalhar nas portarias logo após a tragédia da Escola Municipal Tasso de Oliveira. Passaram por um curso realizado na Guarda Municipal, que tinha cerca de 3 mil porteiros, e que passados 3 anos foram todos esses demitidos, ficando as portarias desguarnecidas e entregue a pessoas com desvio de função. Perguntam as porteiras como fica a segurança das escolas já que elas eram responsáveis pela entrada e saída, atendimento a estranhos, mantendo sempre os portões da escola trancados.

“Assim, as nossas crianças iam estudando com tranquilidade, os nossos diretores podiam trabalhar com tranquilidade. Os agentes educadores podiam ir para o serviço deles, que é circular pelas escolas e auxiliar os professores nos corredores. O secretário escolar podia ajudar o diretor na área administrativa, e a gente fica ali naquela parte.” – disse Vilma Virgílio, que trabalhou na Escola Municipal Ema Negrão de Lima, e indagou à secretária Helena Bomeny o porquê das porteiras não serem consideradas qualificadas, como teria afirmado a secretária, uma vez que passaram por curso realizado pela própria prefeitura. “O que será preciso acontecer? Uma nova tragédia?”

Ataque ao IFRJ Campus Realengo

parque verde 01Uma tragédia anuncia e quantas delas acontecem. Na nossa edição de Dezembro levantamos a mais nova luta da sociedade de Realengo. O Parque Verde no antigo terreno da fabrica de cartuchos ao lado IFRJ Campus Realengo.

Na reportagem mostramos o abandono do terreno e sabemos que tudo que está abandonado é uma porta aberta para o consumo de drogas. Hoje no início da noite o IFRJ Campus Realengo foi atacado por usuários de drogas. Atiraram pedras e quebraram vidraças do instituto. Chamado ao local o Exercito alegou que o terreno pertence a Poupex. E a nossa pergunta é o que fazer ou quem chamar num momento destes.abandono 01

O povo já decidiu que quer a revitalização da área para fins de lazer. O poder público não se faz presente e dificulta o povo organizado de levar sua bandeira a frente porém é ineficiente em gerir o espaço com o mínimo de segurança.

O verde que queremos e queremos logo. Não ao condomínio e não a derrubada do verde que nos traz  como consequência  a escassez de água. Quem está atras deste interesse.10934725_1592577484310496_1294038629_n10937403_1592577814310463_383852008_n 10956094_1592577680977143_682340034_n

NOSSO JOAO CRIBBIN- HOMEM DE NOSSA REGIÃO

NOSSO JOAO CRIBBIN- HOMEM DE NOSSA REGIÃO

Em época eleitoral poderia escrever muita coisa. O mensalão do PT, o tempo de propaganda eleitoral do Eduardo, a aliança dos Maias e Garotinhos. As placas de propagandas que poluem o visual de nossa zona oeste ou os carros de som que irritam as pessoas.

Decidi escrever sobre o Pe. João Cribbin que durante 4 décadas esteve a frente da paroquia de São Jose em Magalhães Bastos. Poderíamos nos ater ao imenso trabalho pastoral que lhe foi confiado pela Arquidiocese. Mas este irlandês foi muito mais além de que poderiam esperar os seus paroquianos.

O Pe. João Cribbin foi um excelente exemplo de como devemos nos portar quando o assunto é Cidadania. Cidadania tem como base a educação. Através da educação que conquistaremos a cidadania. Através da educação é que alcançaremos a ética nas atitudes. E através deste tripé: educação, cidadania e ética é que poderemos modificar nossa sociedade.

O homem João Cribbin foi exemplo, pois junto ao exercício do sacerdócio, ele soube mostrar as pessoas qual a importância da educação. Incansável na luta para melhor o nível da escola na nossa região foi o grande apoiador da luta popular do movimento Pró-escola técnica de Realengo.

Ele poderia ser um grande incentivador e divulgador dessa luta. Teria um papel na historia. Mas ele foi muito, além disso. Arregaçou as mangas e não mediu esforços para cobrar dos políticos da época compromisso com o anseio de nossa população. Era firme nas cobranças para que a escola técnica saísse do papel.

Mas muito mais ação o nosso João Cribbin faria por esse projeto. Abriu os espaços da Igreja para que lá funcionasse o Colégio Pedro II. Nunca esmoreceu diante das dificuldades e através de sua ação incisiva trouxe para a população local não uma escola. Mais um legado que coloca Realengo no caminho de uma excelência educacional. Devido a sua luta temos hoje o campus Realengo do IFRJ e o Complexo do Pedro II.

Muitas outras lutas serão travadas para aumentar as ofertas de educação gratuita e de qualidade em nossa região. Mas agora sabemos que nos faltará o grande homem a nos guiar. Um ano completou que esse grande homem nos deixou, cabe a cada um de nós não deixar morrer o legado deixado por ele. Lutaremos pela

unidade do hospital-escola e unidades de saúde que o movimento Pró-escola de Realengo tem e que sempre teve o apoio do grande homem que foi Padre. João Cribbin (29/10/1936-10/09/2011).

Conheçam mais sobre este homem:

http://arquidiocese.com.puc-rio.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=3250&sid=39 

Marcelo Queiroz - Morador do Parque Real - lado sul

Marcelo Queiroz – Morador do Parque Real – lado sul

 

Coluna Ética e Cidadania por MARCELO QUEIROZ

Edição nº 2: Várias histórias em um só local.

Capa da 2ª edição.

         

Nesta Edição mostramos que em um só local, pode haver muitas histórias para serem contadas. Onde no passado abrigou uma Fabrica de Cartuchos, e hoje se encontra o IFRJ e que neste intervalo houve uma briga pela instalação de uma CEFETEQ, através do Movimento Pró-Escola Técnica. (confiram)       

         

O Campus Realengo       

 O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro foi criado de acordo com a Lei 11.892, de 29 de Dezembro de 2008, esta lei que foi promulga pelo Então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela obriga que as Redes Federais de Educação Profissional, Cientifica e Tecnológica que criem os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IF).     

Qual o objetivo desta Lei? Foi dar mais oportunidade para os jovens que até então só poderiam estudar no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ), a onde também abrigava o Centro Federal de Química no bairro do Maracanã. Sendo que, por motivos de infra-estrutura a Federal de Química teve que mudar para a Praça da Bandeira. Como não poderia existir num mesmo município duas Redes Federais de educação, e a centralização destas escolas gerava a exclusão de muitos jovens que residiam em outros municípios de terem acesso a educação de boa qualidade para que pudessem competir com igualdade no mercado de trabalho, foram criados os Institutos Federais, o primeiro Instituto Federal criado foi o Campus de Nilópolis.       

Profº José Airton - lendo a nossa 1ª Edição - foto L. Fortes

Sabemos que após um longo processo de privatizações que a educação tecnológica passou e ainda vem passando, esta Lei foi uma forma de devolver ao cidadão o direito ter um conhecimento técnico de qualidade, e aumentou a inclusão destes cidadãos que estão distantes dos grandes centros, a este tipo de educação. Tal processo multiplicou até chegar a Realengo. O Instituto Federal – Campus de Realengo que hoje este situado na Rua Prof. Carlos Wenceslau, 343, e tem como seus responsáveis: Diretor geral do campus: Prof. José Airton Monteiro; Diretora Adjunta de Desenvolvimento de Ensino: Prof.ª Lúcia de Macedo Silva Reis; Diretor Adjunto de Apoio Técnico ao Ensino: Prof. Jorge Oliveira dos Santos.       

        

De acordo com as informações do Prof. José Airton Monteiro, o Campus Realengo ficou com uma área 2200m2 da extinta Fabrica de Cartuchos, esta Fabrica ocupou uma área de 146000m2 do Bairro de Realengo, sendo que o projeto da construção do Campus não foi concluído em sua totalidade, e nem as obrigações sociais que esta Instituição se propôs a atingir, como: o Ensino Médio Técnico, que não tem uma data específica para ser implantado neste Campus. Hoje este Campus oferece três cursos voltados para área da saúde a nível superior, são eles: Bacharel em Farmácia, Graduação em Fisioterapia e Graduação em Terapia Ocupacional.       

Sendo que o curso de Bacharel em Farmácia está em constante deslocamento entre este Campus e o Campus de Nilópolis, pois os laboratórios de Realengo não foram concluídos ainda, e para que os discentes não fiquem sem as aulas de laboratório esta foi a solução. Bem pelo menos este problema teve uma solução provisória, mais o Ensino Médio?       

Segundo o Prof. José Airton Monteiro a instituição tem um compromisso com a comunidade de disponibilizar 50 % das vagas para o ensino Médio técnico, mas como puderam observa este fato ainda não ocorreu. Hoje o campus é composto de cinco prédios, que estão distribuídos da seguinte forma: Um prédio de sala de aula, dois prédios de laboratório que não estão equipados sendo assim, possui também um prédio para clinica escola e o prédio da administração. Mas de acordo com o projeto estão faltando ainda à construção de uma biblioteca, mais um prédio de salas de aulas, um auditório, quadras poli-esportivas, setor dos professores, e falta equipar os laboratórios.       

O campus comporta atualmente 420 alunos matriculados, quando a capacidade deste campo é para 3000 discentes. Percebemos que objetivo primário desta luta não foi alcançado, mesmo tendo a promessa de que todas essas pendências serão sanadas, não devemos nos dar por convencidos, pois esta luta que perdura desde época da ditadura até os dias de hoje, não pode terminar assim. Mais para que este Campus chegasse aqui, teve muitas pessoas e grupos envolvidos, e estaremos falando deles também.       

   

_____________________________________________________________________________________       

A Fábrica de Cartucho de Realengo       

Para compreendermos melhor este contexto histórico, vamos falar escritor Carlos Alberto da Cruz Wenceslau (professor Emérito da Universidade Castelo Branco) autor do livro “Realengo (Meu Bem Querer)”, onde cita:       

“O ano de 1878 é um dos marcos fundamentais para compreensão da história do desenvolvimento local. Naquele ano, foi inaugurada a estação ferroviária de Realengo.”       

O autor cita que neste momento Realengo começou a receber algumas indústrias privadas e instituições militares:        

  • · Escola de Tiros e a Escola Militar de Realengo.

   

Em 1898 foi criada a Fábrica de Cartuchos de Realengo, e junto vieram novos comércios, novos empregos e novos realenguenses. O bairro cresceu entorno da fábrica, mas em 05 de maio de 1977, esta foi desativada, o que abalou o crescimento de seu entorno. Os realenguenses buscaram a superação e a maior prova desta é ver o hoje. Seguindo uma linha do tempo veremos em que se transformou a extinta Fábrica de Cartucho de Realengo.      

Hoje, dos 146000m2 que pertenciam à fabrica, uma pequena parte está sendo ocupada por algumas instituições como, por exemplo: o Colégio Pedro II, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Campus Realengo) e outras obras estão em andamento.       

  A  FÁBRICA  DE  REALENGO       

Antigo Arsenal - Foto Zé Russo

   O antigo Ministério do Exército, em seu organograma constava vários Departamentos que dirigiam um grande número de Diretorias. A Diretoria de Fabricação e Recuperação tinha sob a sua subordinação várias Fábricas e Arsenais para cumprirem a tarefa de fabricar e recuperar o Material Bélico do Exército. Dentre as Fábricas havia a muito importante e famosa Fábrica de Realengo.       

  Era da Fábrica de Realengo a tarefa de fabricar munição de infantaria, para todo o Exército Brasileiro, a chamada munição para o armamento leve, (fuzil, metralhadora, etc.)       

  Iniciou suas atividades com sede em Campinho, Cascadura, e mais tarde foi transferida para Realengo. Depois de estabelecida em Realengo, ocupou algumas das instalações da antiga Escola Militar de Realengo, que haviam ficado desocupadas em virtude da transferência da Escola Militar para Resende quando se transformou na Academia Militar das Agulhas Negras.       

 Iniciou com o nome de Fábrica de Cartuchos de Infantaria para mais tarde se tornar Fábrica de Realengo.   Com um grande número de funcionários de ambos os sexos e de várias categorias, ocupava quatro grandes áreas onde realizava suas atividades. As áreas  eram assim denominadas:      

 Área l, na rua Bernardo de Vasconcelos, destinava-se mais a parte administrativa, com o gabinete do Diretor, dos chefes dos Departamentos Técnico e Administrativo, as chefias de vários Serviços e também Tesouraria, Almoxarifado, Posto Médico etc. Nesta área estavam instaladas as antigas oficinas de munição .30 e 7mm, que depois da segunda grande guerra mundial os armamentos que usavam esse tipo de munição foram caindo em desuso. Havia, também, um Armazém Reembolsável e uma Padaria que  funcionavam nessa área para atendimento aos funcionários. Alguns funcionários quando se viam “apertados” sem dinheiro antes do pagamento do mês, faziam o famoso e chamado por eles de “bombardeio” que consistia em comprar mercadoria no Armazém Reembolsável, para desconto no final do mês e revendiam a dita mercadoria a terceiros e usavam o dinheiro nas necessidades do momento.       

  Área 2, na avenida Santa Cruz, destinava-se a parte social. Nesta área tínhamos o Serviço de Transportes, a Escola Maternal e a Escola de Aprendizagem Industrial, na qual eu estudei durante 3 anos e me formei na profissão de mecânico ajustador, enquanto outros alunos se formavam na especialidade de torneiros mecânicos e todos nós depois de formados, automaticamente já estávamos empregados na Fábrica e desempenhado nossas funções em uma das dependências já como profissionais.Já como militar fui professor de mecânica e coordenei a EsAl por aproximadamente 5 anos. Durante vários anos trabalhei na Oficina de Ferramental, que ficava na área 1, e  confeccionava ferramentas para, nas máquinas apropriadas fabricarem os estojos, as balas, as cápsulas para depois ser montado os cartuchos. Essa Escola  se destinavam aos filhos dos funcionários, e após uma prova de seleção entravamos para aprender uma profissão, havia também  o Serviço Social e um grande Refeitório onde todos os funcionários faziam duas refeições diárias: tomavam o café da manhã e o almoço, um campo para a prática de esportes e duas quadras para futebol de salão, voley e basquete.     

  Área 3, na rua  Oliveira Braga,  era destinada diretamente à produção industrial da Fábrica. Várias oficinas formavam essa grande área. As duas maiores e de grande importância  eram as que fabricavam  munições dos calibres 7,62  e o .50, das quais a Fábrica era especialista em todo o Exército Brasileiro. Além das munições acima citadas, havia a fabricação e o carregamento de cápsulas para essas munições  e o carregamento de alguns tipos de granadas, cujos corpos eram fabricados na antiga Fábrica do Andarai. Essa área, a mais extensa das quatro existentes, além do que foi dito acima havia também uma moderna Casa Balística, onde eram feitas as provas para verificação da eficácia da munição produzida, uma grande granja para atendimento dos funcionários, uma seção de desmancho de munição refugada ou que havia perdido a validade para uso e o Contingente Especial com um efetivo de, sargentos, cabos e soldados que eram escalados para  a guarda das quatro áreas da Fábrica.       

     Toda a produção era embalada na própria Fábrica, em cunhetes (caixotes) de madeira confeccionados na carpintaria da Fábrica  e enviada para o  BDMun (Batalhão Depósito de Munições) em Paracambi, aqui mesmo no Rio de Janeiro e depois distribuída nas diversas Unidades militares do nosso Exército.       

     Havia um desvio, ferroviário, que possibilitava a entrada de máquinas conduzindo vagões que se destinavam ao transporte de grandes quantidades de munição, que eram transportada para  unidades militares fora do nosso estado e servia, também para trazer munição de vários pontos do Brasil, munição essa que tinha perdido a validade por ter ficado sem ser usada dentro do tempo previsto. Essa munição vinha para a Fábrica a fim de ser destruída pois o seu uso não oferecia segurança. Para essa missão o Exército contava com o apoio da nossa Marinha de Guerra que transportava a munição em embarcações, na missão que eles chamavam de “faina de fundeio”e em alto mar era descarregada a uma  determinada distância da costa por medida de segurança, eu como não era do mar, enjoava muito quando participava na  missão da “faina de fundeio”., pois em alto mar a embarcação balançava muito.      

      Anualmente três grandes festa eram realizadas na nossa famosa FR, 8 de agosto, aniversário da Fábrica, quando havia várias atrações e competições esportivas  e as festa no final do ano, uma no Natal e outra no final do ano.       

Área 4, na rua Princesa Imperial. Esta um pouco afastada, se localizava no outro lado da linha férrea da estação de Realengo,  continha vários Paióis e se destinava ao armazenamento de munições e explosivos.       

  Pela década de oitenta, foi criada a IMBEL, (Indústria de Material Bélico) uma empresa particular, da qual o Exercito era um dos acionistas e fiscalizava a produção do que era fabricado. Todas as Fábricas militares passaram a pertencer a IMBEL  Depois de vários estudos, as comissões criadas para esse fim, verificou que não era vantajoso a continuação das atividades em algumas Fábricas sendo incluída nesse grupo a Fábrica de Realengo. Em conseqüência  a F.R. foi desativada. Os seus funcionários, militares e civis, foram transferidos para outras Organizações Militares do Exército e as áreas com os imóveis tiveram vários destinos. Podemos dizer que a desativação da F.R. deixou muitas saudades aos seus antigos funcionários e também a todo o povo de Realengo que a tinha com muito orgulho e era uma grande tradição no nosso bairro.      

Luiz Orlando - (fotos-L.Fortes)

                                                                                                                Fonte dessa consulta: Capitão R1 Luiz Orlando de Almeida       

Histórico:  Em 1951, com 14 anos entrou na Escola de Aprendizagem Industrial, em 1953, concluiu o curso de Mecânica Industrial da EsAI, em 1954 iniciou suas atividades como funcionário civil da F.R. , em 1957, após concurso foi promovido à graduação de 3° Sargento do Quadro de Material Bélico, em 1982, já como oficial, e com a desativação da F.R. foi transferido para outra Unidade Militar.       

 ____________________________________________________________________________________________       

O MOVIMENTO PRÓ ESCOLA TECNICA.      

        

O Realengo em Pauta foi ouvir de Joel Costa – um dos coordenadores do movimento Pro-Escola Técnica – como foi à luta para a implantação de unidade de ensino profissionalizante em Realengo.       

 Segundo Joel Costa o movimento começou foi no final da década de 80 por volta de 1987. Sendo uma articulação do movimento popular formado por associações de moradores.  Numa reunião de todas as associações de moradores da Zona Oeste na Igreja N.ª do desterro. Sendo  Joel Costa  eleito coordenador da área de Educação.Na nossa região participaram as associações do Cacau, Sulacap, Capelinha, Frei Miguel, Jardim Novo, Realengo e Adj. O Objetivo na região seria utilizar os terrenos da antiga fabrica de cartuchos, naquele momento abandonados.       

Foi criada uma comissão sendo composta por:      

 

Joel Costa (foto: M. Queiroz)

   

Antonio Palmeira (Ass. Cacau) / Dilma Garcia (Ass. Sulacap) / Nilton de Lima (Ass. Capelinha) / Francisco Tabosa (Ass. ) / Josete de Oliveira (Ass.) / Joel Costa (ass. Jardim Novo)       

 Na luta pela Escola Técnica aconteceu a participação de setores da Igreja, sendo destacada a atuação do Pe. Jonh Cribbin (OMI) e várias reuniões ocorrerão na Capela Cristo Rei.       

 Segundo Joel Costa um acontecimento importante foi o aparecimento de rachaduras na estrutura na Federal de Química (Maracanã). Os coordenadores ofereceram ao diretor da CEFETQ o terreno e a verba que havia sido aprovado para o projeto da escola técnica em Realengo. Aconteceu a visita de engenheiros e arquitetos da CEFETQ no terreno da fabrica de cartuchos.      

 Em 1992/1993 foi divulgado um manifesto a população sobre a luta do movimento Pro-Escola Técnica e começaram a colher assinaturas da população. Foram totalizadas segundo Joel Costa mais 20 mil assinatura.      

 Um novo fato importante foi o tombamento dos terrenos da Fabrica de cartuchos por decretos do prefeito e lei aprovada pela CMRJ.       

 A luta para realizar o sonho de milhares de famílias da Zona Oeste sofre um grande golpe quando o campus da CEFETQ foi transferido para Nilópolis por influência dos políticos daquele município. Inclusive com aprovação de Lei que veta a implantação de outra escola técnica no mesmo município segundo Joel Costa.       

 Foi feito o projeto arquitetônico do campus de Realengo. Segundo Joel Costa com a CEFETQ em Nilópolis foi realizadas reuniões com o Diretor Edmundo onde foi apresentado o projeto da Escola Técnica de Realengo.       

 Segundo Joel Costa a fase do Gov. Lula foi igual à de outros governos e que falta concluir o projeto como a praça de alimentação e o teatro. E que não tem prioridade para os alunos da rede pública como é no Pedro II. Para ele a Luta continua. O projeto será para 3 a 5 mil alunos e o espaço público deve ser utilizado pela comunidade. Como no Campus Realengo só funciona os cursos de graduação e que o ensino médio técnico não funciona ainda para muitos a luta pela escola técnica continua desde 1987, pois tem como objetivo formar mão de obra qualificada na região para aproveitar as oportunidades como a CSA, o pólo petroquímico de Itaboraí e do projeto siderúrgico da Costa Verde.      

 _____________________________________________________________       

Veja neste link outras fotos .      

https://picasaweb.google.com/112120399495786332201/Edicao202?authkey=Gv1sRgCMj9u-exgNKDTQ&feat=directlink      

COLUNA: ÉTICA E CIDADANIA                       

   

O PERIGO NUCLEAR    

 A coluna Ética e Cidadania programou para as primeiras edições do Realengo em Pauta tópicos relacionados com a municipalidade. Pretendemos tratar aqui questões como lixo, água, transporte e meio ambiente. Nesta edição poderíamos até retratar a tragédia da E.M. Tasso da Silveira. Mas vamos falar sobre um assunto mundial que pode um dia ter acontecimento aqui e gerar uma tragédia sem precedentes.     

 Acompanhamos pelos meios de comunicação a tragédia no Japão. Um País preparado e acostumado a terremotos devido à sua posição geográfica. A sabedoria milenar desse povo se organizou para enfrentar os desastres ambientais e tinha se saído muito bem até então. Os acontecimentos de 11 de março, quando o Japão foi sacudido por um terremoto e um tsunâmi, demonstraram que as nuances dos chamados acidentes naturais estão alcançando níveis elevados e provocou um risco maior. O acidente nuclear de Fukushima, um complexo de usinas nucleares que ruiu após o tsunâmi e os abalos sísmicos, com a explosão de reatores e vazamentos de água radioativa e que chegam agora (em 10 de abril) a classificação 7 (sete), a mesma de Chernobyl (Ucrânia -1986). Nossos olhos se voltam para Angra dos Reis, cidade litorânea de nosso estado e que abriga o complexo nuclear Almirante Álvaro Alberto, composto de 3 usinas: Angra I com 657 MW funcionando desde 1985, Angra II com 1309 MW funcionando desde 2001 e Angra 3 ainda em construção.     

 O complexo fica situado na enseada de Itaorna que na linguagem indígena quer dizer “pedra podre” talvez devido às constantes deslizamentos de terra da região.  Estamos longe dos terremotos e tsunamis do Japão, porém quais seriam as conseqüências de uma enxurrada de chuvas como aconteceu na região serrana em fevereiro deste ano, se acontecesse em Itaorna? As nossas autoridades, tendo a Eletronuclear à frente afirmaram que o modelo brasileiro é seguro e que as chances de ocorrer um acidente deste porte é quase nula. Parece que agora somos nós mais preparados que os milenares japoneses. Diziam isso também sobre Chernobyl e Fukushima veio para desmentir isso.      

 Estamos preparados para um acidente deste porte? Parece que não, pois uma das medidas que ajudaria na evacuação dos moradores do entorno da usina ainda não saiu do papel, trata-se da duplicação da estrada Rio-Santos. Temos que cobrar sim maior atitude e menos discurso sobre os verdadeiros perigos desta forma de gerar energia.     

      

      

Marcelo de Queiroz    

____________________________________________________________________    

     

Coluna: Terceira Idade    

Por Armando Silveira   

   

“Um Testemunho de Fé”    

 A Fé é uma adesão espiritual do homem á Deus. Crer em Deus é um ato humano, consciente e livre. Todo cristão, pela fé, deve conhecer e compreender melhor o Criador. Santo Agostinho diz: “Eu creio para compreender e compreendo para melhor crer”.    

Os desígnios de Deus são incomensuráveis. O que eu alimentara durante a minha juventude, era conhecer a Europa, precisamente a Suíça, onde meu saudoso pai estudara. Ali, ele se especializou em Línguas Modernas e Música.    

Ao regressar à sua terra natal, trouxe consigo, uma bola, e as regras do “Football Association”. Fundou um clube de nome “Stella” e é considerado o introdutor do futebol no Ceará, sua terra natal. Em 1909, graduou-se bacharel em Direito Criminal. Entrou para a política e logo foi eleito prefeito de Trairí, cidade litorânea do Ceará. Foi eleito deputado no governo Justiniano de Serpa. Em 1930, retirou-se da política, ingressando definitivamente no Magistério. Foi nomeado, por concurso, tradutor público do estado. Durante 40 anos lecionou em vários colégios a uma plêiade de homens ilustres: Moreira da Rocha, Menezes Pimentel, Armando Falcão, Juarez Távora entre tantos. Com Carmem Abreu Silveira, constituiu uma numerosa família. Faleceu em1967 cercado por 14 filhos e 52 netos.   

Quando da minha estada na Suiça, onde reside uma de minhas filhas, conheci Roma, na Itália, Paris, na França, Madrí, na Espanha, Viena, na Áustria e várias cidades fronteiriças com a Suíça. Na Suíça, conheci um povo conservador, disciplinado e culto. Na cidade de Lausanne, em um passeio a barco, fiquei admirado e extasiado ao ver um lago sereno e limpo, tão azul quanto o céu, as margens floridas; no horizonte, alvas geleiras recordavam uma moldura. Ao filmar tanta beleza eu cantarolava espontaneamente um verso: “Porque tu me deste a vida, porque tu me deste o existir, porque tu me deste o amor, a minha vida é para ti, Senhor…”    

A minha aposentadoria ainda era precoce quando retornei ao Brasil. Os amigos desapareceram. A insensatez começava a perturbar a razão. Minha esposa, companheira de muitos anos, participara da fundação do “Grupo de Oração Amor é Vida”, fundado por amigos da Paróquia N.S. da Conceição. Frequentei, pela primeira vez, numa quarta feira, à noite, ora se me lembro, fazia frio e pela primeira vez, ouvi os versos que eu mesmo havia murmurado no lago de Lausanne, na suíça. “Porque tu me deste a vida…” Louvado seja Deus, nosso Criador.    

Armando Silveira   

____________________________________   

Informativos:  

LIONS CLUBE -RJ – REALENGO – Novos Sócios –   

 Com a presença do Governador CL Aquilles (2011/2012) sob a presidência do CL Francisco Miranda, foi realizada no auditório da Faculdade Simonsen no dia 15 de Março a posse dos novos sócios. São eles CL Fernando, CªL  Maria José, CªLGelci e o CL Andre Luis comerciante Filé da padaria.     

CHATUBA REALENGO – Parabenizamos A Loja de Materiais de Construção CHATUBA,  que completou  1 ano de sucesso  em março.  À direção e aos funcionários, nossos parabéns e desejamos vida longa e sucesso  e que outras grandes lojas se juntem a ela, valorizando ainda mais o nosso Realengo.  

COLÉGIO PEDRO II  – Também ao Colégio Pedro II, pelos 6 anos da instituição em nosso bairro. E anunciam que vem muito mais coisas boas por ai, estão ampliando o número de salas, em breve um Conservátorio de Musica.  Mas são os pais é que agradecem a vinda deste tradicional colégio, engrandecendo ainda mais nossa região.     

 Arnô da Academia – 50 anos do Arnô da Academia, que foram comemorados juntos dos amigos e alunos com futebol no campo do Periquito, e logo após um churrasco na academia. Felicidades e muitos anos de vida.